Resistência
A Resistência é uma das mais emblemáticas formações da música portuguesa da primeira metade dos anos 90 — um verdadeiro supergrupo responsável por alguns dos mais inesquecíveis sucessos desse período. Fundado por Pedro Ayres Magalhães, Fernando Cunha, Tim e Miguel Ângelo, o projeto surgiu da união de músicos provenientes de diversas bandas, com o propósito de reinventar canções suas (e não só) através de arranjos assentes em guitarras acústicas e na valorização da “voz” como instrumento principal. Ao núcleo fundador juntaram-se Olavo Bilac, os guitarristas Rui Luís Pereira (Dudas) e Fredo Mergner, o baterista Alexandre Frazão, os baixistas Fernando Júdice e Yuri Daniel, e, mais tarde, o percussionista José Salgueiro, que integrou a digressão Palavras ao Vento. Resistência é hoje sinónimo de memória, união e grandes canções — verdadeiros hinos geracionais como Não Sou o Único, Nasce Selvagem, A Noite ou Amanhã é Sempre Longe Demais, que integram o seu mais celebrado reportório. Um cancioneiro que reinterpreta, com identidade própria, obras de algumas das mais marcantes bandas portuguesas, como Xutos & Pontapés, Delfins, Sitiados, Rádio Macau e Heróis do Mar. Em 2016, é lançado o CD e DVD Ao Vivo em Lisboa, gravado no Coliseu dos Recreios, perpetuando a energia das atuações ao vivo do coletivo. No ano seguinte, o grupo entra novamente em estúdio e lança, em setembro, o single A Gente Vai Continuar, uma sentida homenagem à obra de Jorge Palma. Em 2018, é editado o álbum Ventos & Mares, no qual a Resistência presta tributo a novos universos musicais, interpretando, pela primeira vez, temas de Madredeus, GNR, Quinta do Bill, Santos & Pecadores e do próprio Jorge Palma — alargando assim o seu já rico legado de reinterpretações. Em 2024, no 50.º aniversário do 25 de abril, a Resistência gravou “Canções da Revolução”, EP de versões de quatro clássicos maiores que pertencem a um tempo, é certo, mas que dele também se libertaram para alcançar a eternidade: “O Que Faz Falta” e “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” (ambos de José Afonso), “Maré Alta” (Sérgio Godinho) e “Fala do Homem Nascido” (poema de António Gedeão a que Adriano Correia de Oliveira deu voz).Mais de três décadas após a sua estreia, a Resistência segue caminho…